Vereador de Corrente PRINCIPAL EXPOENTE do grupo politico ligado a TERTULIANO CAVALCANTE pré-candidato a PREFEITO DE CORRENTE é acusado de utilizar servidora para desviar dinheiro público através de ‘rachadinha’

Denúncia grave chega à redação do OitoMeia, com o que seria um calhamaço robusto de provas envolvendo o vereador Paulo Henrique Dourado, um dos mais bem votados na eleição de 2020 no município de Corrente, distante quase 650km da capital Teresina.

Segundo a documentação enviada, com direito a áudios disponibilizados com exclusividade, o parlamentar, auxiliado pela irmã, Jussara Dourado, exigiu de uma servidora contratada pela Secretaria de Estado da Justiça, indicada por ele, a devolução de quase 80% do salário recebido. O que é uma prática criminosa que consiste no desvio de recursos públicos, através de um esquema conhecido como “rachadinha”.

O roteiro era relativamente simples e teve início quando a irmã do vereador solicitou a documentação de Maria Clara Sena dos Santos, residente no Distrito Federal, sob o pretexto de ajudá-la. Essa ajuda se daria da seguinte forma: todos os meses, com um determinado valor, essa pessoa receberia para “agregar no orçamento doméstico”, já que a partir daquele mês, ela iria perder o auxílio que vinha sendo pago pelo Governo Federal, no valor de R$ 600.

VERBA DE GABINETE E PIX EM SEU NOME

A partir de outubro de 2023, começou a ser creditado o valor de R$ 3 mil (três mil reais) para a mulher. A partir daí o vereador teria passado a exigir que Maria Clara ficasse apenas com R$ 600 (seiscentos reais) e devolvesse o restante do dinheiro. A explicação para o pagamento é que o recurso seria proveniente de “verba de gabinete”. A diferença solicitada foi creditada todos os meses na conta do vereador que disponibilizou uma “chave pix”, em seu nome, para que as transferências pudessem ser executadas.

VALOR NA CONTA SALÁRIO E COM CARTEIRA ASSINADA

Como o valor estaria sendo creditado em uma conta salário, Adilson Oliveira, companheiro de Maria Clara, a alertou para que consultassem sua Carteira Digital de Trabalho. Para surpresa e espanto de ambos, foi constatado que ela estava contratada, por tempo indeterminado, pela Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania. “Na hora que eu soube disso, eu falei, isso aí tem coisa errada. Isso aí é funcionário fantasma, você pode ter certeza. Abrimos a carteira de trabalho da Maria Clara. Quando foi aberta a carteira de trabalho constava lá o vínculo. A Maria Clara ficou louca, chorou horrores. Entendeu? Isso é inadmissível colocar ela nisso. Então Paulo Henrique contratou ela como funcionária sem falar pra menina”, afirmou o companheiro.

CASAL AFIRMA QUE FOI COAGIDO

Desde a descoberta, o casal vem pedindo ao vereador a exclusão do nome de Maria Clara para evitar maiores transtornos, já que ela mora no Distrito Federal e está contratada em órgão estadual, distante 1.600 quilômetros. “A gente vem pedindo todos os dias, todos os dias. Tira o nosso vínculo, a gente não quer fazer parte disso. A gente não quer se envolver com isso. E ele fala, nós já vamos tirar, já foi tirado, já foi tirado o vínculo. Ontem ligou gente lá da secretaria lá de Teresina, coagindo a gente”, afirmou Adilson. Ele também denuncia que o casal vem sendo coagido e ameaçado pelo vereador, que sempre utiliza o nome de Deus na sua argumentação. “Desde então a gente vem falando, tira, tira Maria Clara disso, entendeu? E ele vem coagindo, vem com ameaças, entendeu? Paulo Henrique só tem aquela carinha de bobo, Paulo Henrique não é bobo e tudo ele vem colocar o nome de Deus. Tudo é o nome de Deus. Vai dar certo em nome de Jesus. Tudo ele envolve em nome de Deus assim como a irmã dele. A irmã dele foi a pessoa que foi atrás de várias pessoas pra colocar nisso. Só que ela fala que esse valor vai entrar uma ajuda, um benefício só que não é. Entendeu? Isso é a famosa rachadinha, corrupção, escancarada mesmo”.

VEREADOR GARANTIU QUE QUE IRIA TIRAR, MAS ATÉ AGORA…

Em um dos áudios disponibilidados ao OitoMeia, o vereador responde os apelos do casal, afirmando que “iria pedir para substituí-la”, no entanto, Adilson afirma que o tempo passava e sua companheira não era substituída. “A gente sempre pediu pra tirar a gente dessa furada, porque foi uma furada,  mexer com coisa errada é, e Henrique sempre falava assim, eu já pedi pra substituir, eu já pedi pra te tirar, eu já pedi pra te tirar, e ele nunca tirava, ele sempre enrolava, sempre enrolava, passava mês, passava mês, ô minha filha, eu vou pedir pra te tirar, entendeu? Sempre sendo uma pessoa cínica, sabe? Complicado.”

COM PROVAS, VEREADOR PODE TER SEU MANDATO CASSADOOitoMeia recebeu cópia da Carteira Digital de Trabalho onde é possível constatar a veracidade das denúncias, sendo que uma das provas mais contundentes é o extrato bancário onde aparecem transferências para conta pessoal do vereador Paulo Henrique Dourado, através de PIX. Em um dos áudios,  o companheiro de Maria Clara acusa o vereador de se utilizar de várias outras pessoas para a prática de “rachadinha” e acusa a sua irmã, Jussara Dourado, de aliciar pessoas para ser contratadas e devolver parte dos proventos. O caso será encaminhado ao Ministério Público Estadual para as providências cabíveis e o vereador poderá perder o mandato por quebra de decoro parlamentar. Procurado pelo OitoMeia, até o fechamento desta matéria ainda não havia se pronunciado.

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